sexta-feira, 27 de abril de 2007

Uma nova ética

Devemos elaborar um jogo de três códigos morais compatíveis entre si: um código universal, um código que seja a actividade do tecnólogo e um código moral social que seja a actividade daqueles que adoptam decisões no âmbito tecnológico. Ou, mais explicitamente, necessitamos de: um código moral universal para todo o ser humano, um código viável e fundamentado em juízos de valor passíveis de serem discutidos, podendo basear-se na regra de ouro da ética: Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti. Um código moral individual para o investigador que inclua o código moral da ciência, isto é, o conjunto de normas morais que asseguram a procura e disseminação da verdade, assinalando a sua responsabilidade pessoal no trabalho profissional, bem como o seu dever de negar-se a participar em projectos cujos objectivos possam ser considerados anti-pessoais e anti-sociais. Um código moral social que oriente a formação de políticas de investigação e desenvolvimento tecnológicos, condenando a procura de metas socialmente indesejáveis e limitando drasticamente qualquer processo tecnológico que possa ter fins nocivos.

BUNGE, Mário, Epistemologia, Editora T.ª Queiroz, S. Paulo, p.204 (adaptado).

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